Planeta Sensu

Bem vindos terráqueos cibernautas. Tenham uma viagem sensucional.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Televisão: A Pior Companhia de todas


O post que vai ler a seguir contem frases femininas, extremamente agressivas, proferidas em 2001. Prossiga com cautela.

Terminada a 2ª edição da "1ª Porcaria", porque não criam as estações televisivas TVI, (Tolos e Visões Irritantes), Sick e RTP (Raid Tolovisão Português), num novo formato intitulado1ª Campanha.

Se convidarem os candidatos à presidência (Garcia Pereira e Manuel João Vieira, incluídos) e os colocarem numa casa, numa quinta ou na tropa, os portugueses, passarão a vê-los todos os dias à hora do jantar, o que lhe possibilitará uma escolha mais concreta e contribuir para o futuro (cinzento) do país.

Deste modo, os candidatos chegariam, equitativamente, a todos sem necessidade de deslocação, não se cansariam tanto de caminhar e linguarejar por Portugal e podiam transpor as mais diversas palhaçadas dos telejornais (também eles um circo na generalidade), para um "Reality Show", programa onde a substância é de facto a palhaçada.

Claro que os candidatos teriam de realizar as mais duras provas, desde testes de economia, passando pelos de constitucionalidade e por provas de retórica. Alguns teriam ainda provas de dança com peixeiras da Nazaré, as chamadas "peixeiradas".

Uns haveriam, cujas intervenções se limitariam a nada mais do que economia, patriotismo e salvação instantânea do país, mal entrassem no Palácio de Belém o prémio da 1ª Campanha.

Quem é que poderia apresentar e produzir este programa? Porque não Teresa Guilherme? Os portugueses adoram-na e, estando parada ao tempo que está, iria certamente ter algum impacto nas audiências. A apresentadora proferiu, em 2001, a frase: «Quem tem ética passa fome».

Certamente, que a "Entidade Reguladora para a Comunicação Social" (ex-A.A.C.S) não se importaria que Teresa Guilherme, pusesse no ar algo parecido como a 1ª Campanha.
Basta de falta de ética televisiva, jornalística e de originalidade no entretenimento. Como questionou Alfredo Pereira, presidente do sindicato dos jornalistas em 2001 "Que cedências estamos a fazer na nossa soberania mental e cultural? Que preços estamos a pagar por uma paisagem televisiva assim tão pobre?" 1
Permitam-me que acrescente: Culturalmente falando, que preço pagaremos, daqui a uns anos, por uma paisagem televisiva, actualmente tão paupérrima? O cenário não será colorido, se a televisão insistir nos formatos conspurcados.

Quanto aos candidatos presidenciais, não queiram fazer do seu tempo de antena, uma "porcaria" de 1ª, digna de um amorfo "Reality show" de atentado à cultura e identidade nacionais, um "Reality show" de época presidencial de um país chamado Portugal.

Mantenham "Reality" tirem-lhe o espectáculo e substituam-no por ideias esclarecedoras e concretas e, ainda mais relevante, exequíveis como Presidente da República que possam vir a ser.

terça-feira, janeiro 03, 2006

A Época Alta da Solidariedade? ou talvez não

Agora que terminou o Natal, cessou também a época alta da solidariedade. Durante o período natalício todos quiseram dar um ?pedaço? do que têm aos mais desfavorecidos. (pelo menos foi o que a maioria das pessoas transpareceu).
Embora existissem brilhantes campanhas de recolha de alimentos, como por exemplo, o "Banco Alimentar contra a Fome", na época do ano em que a solidariedade e a paz universal pareceram estar em alta, o que esteve de facto em alta foi o consumismo, não se iludam: houve e há mais pobres a dar aos ricos, do que ricos a dar aos pobres e naturalmente mais ricos a enriquecerem e pobres a empobrecerem.
As maiorias dos portugueses é mais adepta do "gastar aquilo que não tem", do que "poupar algum e partilhar com quem tem menos". Quem é que ganha com esta inclinação pelo crédito e pelo empréstimo? Se respondeu as grandes máquinas de fazer dinheiro, vulgo hipermercados, lojas chinesas, ou lojas de grandes marcas, a resposta está correcta.
Para terminar, deixo um alerta aos promotores de campanhas natalícias de solidariedade e ao público em geral: Não é preciso ser Natal para se ser solidário. Se todos fossem solidários o ano inteiro, houvesse campanhas o ano inteiro e se os poucos muitos ricos dessem 1% ao muitos, muito pobres, o mundo seria um pouco mais justo. Sejam mais solidários em 2006.

Morreu Cáceres Monteiro

Morreu hoje de madrugada, aos 57 anos, um dos Gurus do Jornalismo Português. Carlos Cáceres Monteiro era um dos poucos jornalistas da "Velha Guarda", tendo viajado pelo mundo inteiro, durante mais de 30 anos, relatando e fotografando (adorava também o fotojornalismo) acontecimentos, grande parte deles narrados no seu livro publicado em 2004, "Hotel Babilónia".
A obra é uma rara miscelânea entre textos jornalísticos e textos literários que espelham o mundo actual, através dos grandes acontecimentos passados, todos eles vividos de perto pelo jornalista. (Da Guerra em Angola em 1975, passando pela libertação dos Khmers Vermelhos no Cambodja, até ao "Ground Zero" em Nova Iorque, a 11 de Setembro de 2001).
Cáceres Monteiro não era apenas mais um jornalista; era um jornalista com classe, contador de histórias reais, objectivas, concisas e rigorosas, qualidades, actualmente, muito escassas no moribundo jornalismo português.
Segundo os colegas que conviveram de perto com ele, era um camarada, adorava o risco da linha da frente das guerras e a fraternidade tanto com os colegas como com os povos nativos das suas peregrinações. Um humanista dizem os mesmos colegas.
O jornalista e fotojornalista foi, entre 1977 e 1981, presidente do Sindicato dos Jornalistas, ocasionando grandes alterações nas reformas dos jornalistas e na qualidade do sindicato e, entre 1984 e 1985, Director Geral para a Comunicação Social.
Apesar da sua morte, o nome de Cáceres Monteiro vai continuar(assim o espero) bem vincado no universo jornalístico português.