Planeta Sensu

Bem vindos terráqueos cibernautas. Tenham uma viagem sensucional.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Fischerspooner rebentam com Paredes de Coura

Poderoso, pitoresco e enérgico são alguns dos adjectivos que podem bem caracterizar a actuação dos Fischerspooner em Paredes de Coura.
O calmo e relaxante ?the 15th? abriu as hostes dum concerto ?Electro Rock?, recheado de graves robustos, guitarras flutuantes e sons hipnóticos, sempre acompanhados por uma bateria ?trigada? até aos dentes.
Alternando entre temas dos álbuns #1 e ?Odyssey? as música que acabaram por surpreender Paredes de Coura foram os singles ?Sweetness? e ?Megacolon? pelas suas melodias entusiásticas e poderosas.
Além do espectáculo sonoro poderoso, Warren Fischer e Casey Spooner, em conjunto com três músicos convidados e duas bailarinas desvairadas, ofereceram ao público presente um espectáculo performativo que reuniu disciplinas como o teatro a dança.
Para o ?Grand Finale? ficou reservado ?Emerge?, o primeiro sucesso da banda, anteriormente abortado em pleno pico da faixa, segundo Warren Fischer porque ?estavam fartos?. Ninguém percebeu bem porque, de qualquer maneira terminaram o concerto em beleza, com o hino do ?electroclash?.
Se o público delirou com os graves astronómicos da banda, os Fischerspooner fascinaram-se com a energia fantástica do público português.Única nota negativa para a atitude de Warren Fischer ao puxar pelo público de forma excessiva e arrogante: ?Come on motherfuckers, dance motherfuckers!?.
Ainda assim valeu a pena percorrer os cerca de 370 km até Paredes de Coura e ver meio concerto debaixo de chuva.

quarta-feira, maio 31, 2006

Encadeamento de Ideias

O horário é nobre, a programação não. As audiências são altas, a iliteracia também. A cultura é rica, o povo pobre. Os bancos são ricos, a programação é pobre. A economia é fraca, o governo é incapaz. O país tem história, mas está a perdê-la. O horário é nobre, a literacia é pobre. O país tem história, as mentalidades são triviais.

O Jorge Palma é que tem razão. O José Gil também. Os morangos, esses, destroem em todas as frentes: musical, cultural, social, pessoal. As audiências aumentam, o consumo aumenta. A cultura decresce, as vendas crescem. Portugal não sai do mesmo sítio.

Com um horário nobre tão fraco, como é que o pé se há de desprender da galera? Portugal hoje é assim, há quantos anos assim o é? Será que alguma vez vai ser diferente? O que é que estão à espera? Não tenham medo de existir.

terça-feira, maio 30, 2006

Demasiado Sensacionalistas; Pouco decorosos.

O caldo está entornado, diria mesmo demasiado espalhado. No entanto, não é tarde para o limpar.
Antes de mais, não esqueçamos que este tipo de jornalismo é o preferido dos portugueses e a TVI (Tarecos e Visões Indecentes), o Correio da Manhã (Bloody Maria) e o 24 Horas (é como o primeiro mas em papel), os três menos sensacionais, mas mais sensacionalistas, não se cansam de o pôr em prática. Que poderá ser feito para, quanto mais não seja, os atenuar?
Ou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social observa e corrige mais activamente o comportamento corriqueiro destes e de outros media que, embora mais tenuemente, também o fazem, ou se faculta educação para os media nas escolas, de modo a que a sociedade (nem que se comece para já pelas novas gerações) os consuma mais criticamente e destrince o que é bom do que é mau, o que é verdadeiro do que é verosímil, o que é sério do que são histórias, o que é decente/cívico do que é desrespeito, o que é jornalismo do que é sensacionalismo.
Não é fácil educar um país inteiro para o consumo saudável de meios de comunicação em massa, porém há que começar por algum lado. Vigie-se os media sensacionalistas, através de leis mais pesadas. Eduque-se as pessoas para compreenderem que a informação emanada por medias deste género, não é o mais eticamente correcto e não tem o mínimo de decoro.
O cenário ideal e utópico começaria pelos que são pouco sensacionais mas demasiado sensacionalistas, ao ganharem o mínimo de profissionalismo e ética, deixando de tratar matérias e os acontecimentos de forma espalhafatosa e exagerada, como aconteceu recentemente na escusada transmissão ?Live? do funeral do actor Francisco Adam, ou como acontece diariamente no 24 horas e no Correio da Manhã, com títulos ensanguentado e/ou dramáticos e/ou cor-de-rosa. Tenham respeito pelas pessoas e pela inteligência.
Poderia aplicar a expressão controlar, não o fiz porque poderia induzir num dominar/controlar dos media, regrado pela censura descarada. Também não gostaria de o ser enquanto escrevo este texto. Aos media só peço o mínimo de decência

Capacidade para desempenhar o Quinto Poder?

Poderão os blogues (de cariz crítico e informativo) ocupar o 5º poder? De facto, são um óptimo antídoto para combater os malefícios que contaminam tanto os mass media tradicionais como os outros três poderes: económico, executivo e judicial. Mas será a sua notoriedade suficiente para lhe dar tão alta influência na sociedade?
Ao contrário dos media tradicionais, os blogues permitem a qualquer um criar a sua própria agenda setting, ganhando um papel activo (ao contrário do passivo a que os mass media nos sujeitam) na formação, informação e denúncia, independentemente da censura, influência ou ?conivência? de terceiros (jornalistas e chefes de redacção comprados).
Possibilita também a fiscalização deste e dos outros poderes, denunciando usos desastrosos da deontologia do jornalista, assim como abusos de poder e corrupção dos ministros e demais elementos do estado. Mas há um senão?
Citando Vital Moreira no seu blogue ?Causa Nossa?, a visibilidade pública dos blogues é ainda muito reduzida entre nós?. A sua taxa de penetração na sociedade é ainda muito baixa, não permitindo que o seu poder virtual, seja usado por todos os elementos da sociedade, tanto bloggers como leitores.
Outro senão está na facilidade com que qualquer um cria um blogue. Todos são livres de postar o que quiser, havendo por aí grandes ?blogaberrações? que nada mais fazem do que, criticar tudo e todos, debaixo duma máscara anónima e há também aqueles que só copiam e plagiam. A liberdade facultada pelos blogs (informativos e críticos por cariz) tem de ser usada com seriedade e responsabilidade.
Em jeito de conclusão, os blogues podem ocupar o 5º trono do poder, arrasando a baixa qualidade do 4º na sua maioria (são raras as excepções) e vigiando as tentativas de usos dos outros poderes para fins menos correctos. Só lhes falta um pouco mais de notoriedade e penetração na sociedade para que o seu potencial poder contribua para um estado o mais próximo possível da democracia. Será necessário criar um órgão responsável pela boa qualidade da blogosfera informativa e crítica? Ai limitar-se-ia a liberdade do seu uso. Até onde se deverá limitar? Não sei.

segunda-feira, abril 24, 2006

Até breve Blitz

22 anos depois de ter sido criado, em Novembro de 1984, o Blitz é hoje publicado pela última vez. No entanto voltará às bancas no mês de Junho, após um briefing que o transformará numa revista mensal.

Segundo o relatório da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens e Circulação, as vendas do jornal passaram de 7.955 em 2004, para 6.802 em 2005.

Na minha opinião, o jornal semanal português mais "musical" tornou-se inviável a nível financeiro, , por não se ter adaptado ao mercado, abrangendo outras vertentes artísticas para além da música e, por isso não conseguiu suportar a concorrência dos suplementos do Público, do Diário de Notícias e de outros, que trabalham em áreas muito mais abrangentes.
Adquirido em 1992, pelo grupo Impresa (na altura, Controljornal), passou da edição rudimentar a preto e branco, para um novo formato colorido e mais atractivo, dando um salto enorme na sua projecção junto das camadas jovens. Em 1995, nascem os prémios "Blitz", o primeiro concurso do género em Portugal, responsável pela premiação e divulgação de muitas das bandas em voga nos anos vindouros e ainda hoje. Em 2003, o jornal sofre nova remodelação, passando o formato a estar situado entre a revista e o jornal, adaptado à modernidade. Hoje, dia 24 de Abril, o Blitz encerra temporariamente as suas portas.
Apesar de voltar em Junho, grande parte dos jornalistas vão para o desemprego, na medida em que o novo projecto abarca uma redução de custos a nível salarial.
Até breve!

quinta-feira, abril 06, 2006

Universidade do Minho debate implicações da Entidade Reguladora.

No próximo dia 10 de Abril, realiza-se na Universidade do Minho, um debate que pretende discutir as implicações da criação da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC).

Entre os temas agendados para discussão estão a renovação das licenças dos operadores privados de televisão, a introdução da televisão digital terrestre, as novas regras relativas à concentração dos media, as alterações ao Estatuto dos Jornalistas e as suas implicações em termos de direitos de autor e ainda a implementação de provedorias dos telespectadores e ouvintes e o desenvolvimento de mecanismos avaliadores da programação televisiva.

Intitulada ?A nova entidade reguladora no quadro das políticas de comunicação? será transmitida on-line e conta, segundo a Universidade do Minho, com a presença do ministro que tutela a Comunicação Social, Augusto Santos Silva, dos membros da ECR Azeredo Lopes e Estrela Serrano e do presidente do Sindicato dos Jornalistas António Lobo Xavier, entre outros.

terça-feira, abril 04, 2006

Artistas Portugueses em Luanda

O Centro Cultural Português em Luanda recebe, a partir de 6 de Abril, a segunda edição da exposição «Portugal Novo», que exibe obras dos mais consagrados artistas portugueses, como Paula Rego ou Jorge Molder, numa organização conjunta do Instituto das Artes do Ministério da Cultura de Portugal e do Centro Cultural Português.
Depois da primeira edição no Brasil em 2005, a segunda inaugura o renovado Centro Cultural Português Luandense, após obras de remodelação decorridas nos últimos dois meses, que além da intervenção na área destinada a exposições, modernizaram o auditório, encontrando-se este com capacidade para 120 pessoas e preparado para projecção de filmes, espectáculos de teatro, concertos, seminários e vídeo-conferência.
A mostra foi inaugurada por José Sócrates, e tenciona ser, segundo o primeiro-ministro, um reposicionamento da imagem cultural portuguesa em Angola, que se pretende mais eficiente nos próximos anos. Assim, está programado um concerto para logo à noite, intitulado «Abraço de Irmãos» e que envolve os lusitanos Da Weasel e os angolanos Paulo Flores e Gingas de Maculusso. A exposição está inserida na I Trienal de Luanda, e está patente ao público até ao dia 2 de Junho.

sexta-feira, março 10, 2006

Jornalismo = Contra Poder

Quando falamos de Jornalismo, referimo-nos, indubitavelmente, a um "poder", quer o interpretemos como verbo transitivo, verbo intransitivo ou substantivo masculino.

Destrincemos o seu conceito. Se consultarmos o dicionário da Priberam, encontramos significados, no caso do verbo transitivo como: "[...] ter força para [...]; possuir força física ou moral para; [...]". No caso do verbo intransitivo: "[...] ter possibilidade, influência ou força; [...]". O substantivo masculino refere-se a: "possibilidade; [...] autoridade; domínio; influência; soberania; [...] recursos; meios; capacidade. [...].

Peguemos agora na preposição "contra". No dicionário da Priberam encontramos o significado "em oposição a". Se ao substantivo "poder" juntarmos a preposição "contra", elaboramos a expressão contra-poder. O jornalismo actual tem força, possibilidade e influência para ser um recurso com a capacidade de se opor aos abusos perversos cometidos pelos poderes que constituem/gerem a sociedade e a aproximam da sociedade democrática. No entanto, a força do jornalismo, raramente é bem usada no controle desses mesmos poderes.
Verifica-se, actualmente, em muitas empresas de comunicação e em muitos jornalistas da espécie cão-de-guarda, um recalcamento desta força por parte, precisamente dos outros poderes.
É necessário estimular o jornalismo vigilante dos poderes económico, político e judicial, mantendo a sociedade, na medida do possível, livre de corrupção, de abusos de poder, de promiscuidades malignas, mantendo assim vivo um dos pilares de uma sociedade democrática. Bons exemplos deste tipo de jornalismo foram o "Caso Watergate" e o caso das tabaqueiras retratado no filme "Informador"

Se ao jornalismo juntarmos o adjectivo cívico, mais longe vamos na sua intervenção benéfica na sociedade: Além da vigilância aos poderes susceptíveis de se tornarem corruptos, ainda é dada voz ao mero cidadão permitindo, deste modo, melhorias ao nível da qualidade de vida intervindo em áreas como a saúde, a educação e a cultura.

Se a poderosa força do jornalismo não for usada na manutenção do bom uso dos outros poderes, que outra força o poderá fazer?