Planeta Sensu

Bem vindos terráqueos cibernautas. Tenham uma viagem sensucional.

sexta-feira, março 10, 2006

Jornalismo = Contra Poder

Quando falamos de Jornalismo, referimo-nos, indubitavelmente, a um "poder", quer o interpretemos como verbo transitivo, verbo intransitivo ou substantivo masculino.

Destrincemos o seu conceito. Se consultarmos o dicionário da Priberam, encontramos significados, no caso do verbo transitivo como: "[...] ter força para [...]; possuir força física ou moral para; [...]". No caso do verbo intransitivo: "[...] ter possibilidade, influência ou força; [...]". O substantivo masculino refere-se a: "possibilidade; [...] autoridade; domínio; influência; soberania; [...] recursos; meios; capacidade. [...].

Peguemos agora na preposição "contra". No dicionário da Priberam encontramos o significado "em oposição a". Se ao substantivo "poder" juntarmos a preposição "contra", elaboramos a expressão contra-poder. O jornalismo actual tem força, possibilidade e influência para ser um recurso com a capacidade de se opor aos abusos perversos cometidos pelos poderes que constituem/gerem a sociedade e a aproximam da sociedade democrática. No entanto, a força do jornalismo, raramente é bem usada no controle desses mesmos poderes.
Verifica-se, actualmente, em muitas empresas de comunicação e em muitos jornalistas da espécie cão-de-guarda, um recalcamento desta força por parte, precisamente dos outros poderes.
É necessário estimular o jornalismo vigilante dos poderes económico, político e judicial, mantendo a sociedade, na medida do possível, livre de corrupção, de abusos de poder, de promiscuidades malignas, mantendo assim vivo um dos pilares de uma sociedade democrática. Bons exemplos deste tipo de jornalismo foram o "Caso Watergate" e o caso das tabaqueiras retratado no filme "Informador"

Se ao jornalismo juntarmos o adjectivo cívico, mais longe vamos na sua intervenção benéfica na sociedade: Além da vigilância aos poderes susceptíveis de se tornarem corruptos, ainda é dada voz ao mero cidadão permitindo, deste modo, melhorias ao nível da qualidade de vida intervindo em áreas como a saúde, a educação e a cultura.

Se a poderosa força do jornalismo não for usada na manutenção do bom uso dos outros poderes, que outra força o poderá fazer?