Jornalismo = Contra Poder

Destrincemos o seu conceito. Se consultarmos o dicionário da Priberam, encontramos significados, no caso do verbo transitivo como: "[...] ter força para [...]; possuir força física ou moral para; [...]". No caso do verbo intransitivo: "[...] ter possibilidade, influência ou força; [...]". O substantivo masculino refere-se a: "possibilidade; [...] autoridade; domínio; influência; soberania; [...] recursos; meios; capacidade. [...].
Peguemos agora na preposição "contra". No dicionário da Priberam encontramos o significado "em oposição a". Se ao substantivo "poder" juntarmos a preposição "contra", elaboramos a expressão contra-poder. O jornalismo actual tem força, possibilidade e influência para ser um recurso com a capacidade de se opor aos abusos perversos cometidos pelos poderes que constituem/gerem a sociedade e a aproximam da sociedade democrática. No entanto, a força do jornalismo, raramente é bem usada no controle desses mesmos poderes.
Se ao jornalismo juntarmos o adjectivo cívico, mais longe vamos na sua intervenção benéfica na sociedade: Além da vigilância aos poderes susceptíveis de se tornarem corruptos, ainda é dada voz ao mero cidadão permitindo, deste modo, melhorias ao nível da qualidade de vida intervindo em áreas como a saúde, a educação e a cultura.
Se a poderosa força do jornalismo não for usada na manutenção do bom uso dos outros poderes, que outra força o poderá fazer?